A Black Picasso é sobretudo um ambiente de criativos. Criativos que acreditam no que fazem. Acreditam no potencial de encantamento do novo, do diferente, do surpreendente. Mais. Acreditam no Mkt, no Mkt profissional, sério, comprometido, próximo, focado no consumidor e no crescimento das marcas a partir de escolhas corretas e construtivas. Se você quer compreender um pouco como a gente se sente em relação ao que fazemos, sugerimos esse texto de Sthephen King, onde ele fala da relação com o seu ofício – introdução do seu livro – Pensamentos e Paisagens Noturnas.

P.S: nos trechos em cinza, o autor se detém mais na sua bibliografia e os menos aficionados talvez prefiram pular.

 

MITO, CRENÇA, FÉ E O ACREDITE SE QUISER DE RIPLEY

 

Quando eu era garoto, acreditava em tudo que me diziam, em tudo que lia e em todas as mensagens recebidas de minha própria imaginação extremamente fértil. Isso me causou muitas noites sem dormir, mas também encheu o mundo em que vivia de cores e texturas que não trocaria por toda uma existência de noites tranquilas. Você precisa entender que, já naquela época, eu sabia que havia no mundo pessoas, na verdade muitas delas, cuja capacidade imaginativa estava dormente ou completamente morta e que viviam num estado mental equivalente ao daltonismo. Sempre senti pena delas, sem jamais desconfiar (pelo menos então) que muitos desses tipos sem imaginação ou tinham pena de mim ou me desprezavam, não apenas porque eu padecia de inúmeros medos irracionais como porque era profunda e ilimitadamente crédulo a respeito de quase qualquer assunto. – Aí está um menino – muitos deles devem ter pensado (sei que minha mãe pensava assim) – que comprará a Ponte de Brooklyn não só uma vez, mas repetidamente pelo resto da vida.

Acho que, naquela época, havia algo de verdade nisso e, para ser sincero, acho que ainda hoje há algo de verdade nisso. Minha mulher ainda adora contar aos outros que o marido votou pela primeira vez numa eleição presidencial, com a tenra idade de vinte e um anos, em Richard Nixon. Geralmente com um brilho divertido nos olhos, ela conta: Nixon disse que tinha um plano para nos tirar do Vietnã e Steve acreditou nele.

É verdade: Steve acreditou nele. E não foi só nisso que Steve acreditou no curso, muitas vezes excêntrico, de seus quarenta e cinco anos. Fui, por exemplo, o último dos meninos da vizinhança a chegar à conclusão de que todos aqueles Papais Noéis nas esquinas significavam que não havia um Papai Noel de verdade. (Ainda não vejo nenhuma lógica nessa ideia: é como dizer que a existência de um milhão de discípulos prova que não há um mestre). Nunca duvidei da asserção do Tio Oren de que se podia arrancar a sombra de uma pessoa com uma estaca de prender barraca (isto é, se o golpe fosse dado ao meio-dia em ponto) ou da afirmação de sua mulher de que toda a vez que você estremecia era porque um ganso estava passando por cima do lugar onde um dia você seria sepultado. Tendo em vista o curso da minha vida, isso deve querer dizer que estou destinado a ser enterrado atrás do galpão da Tia Rhody, em Goose Wallow, no Wyoming.

Também acreditava em tudo que me contavam no pátio da escola. Engolia mentironas e mentirinhas com a mesma facilidade. Um garoto me disse, com plena convicção, que se alguém pusesse uma moeda de dez centavos no trilho do trem, ela faria descarrilhar o primeiro trem que passasse por ali. Outro menino me disse que uma moeda de dez centavos deixada sobre o trilho do trem ficaria perfeitamente esborrachada (foi exatamente assim que ele definiu: perfeitamente esborrachada) pelo primeiro trem e, depois que ele tivesse passado, você retiraria do trilho uma moeda flexível e quase transparente do tamanho de um dólar de prata. Minha própria crença era de que ambas as coisas eram verdadeiras: que moedas de dez centavos deixadas no trilho do trem ficavam perfeitamente esborrachadas antes de fazer descarrilhar os trens que as tinham esborrachado. Durante meus anos na Escola Central em Stratford, no Connecticut, e na Escola Primária Durham, em Durham, no Maine, outros fatos fascinantes que aprendi nos pátios escolares se referiam a diversos assuntos, como bolas de golfe (cujo núcleo era venenoso e corrosivo), abortos (às vezes os fetos nasciam vivos, como monstros deformados que tinham que ser mortos por indivíduos dos serviços de saúde denominados ominosamente como “as enfermeiras especiais”), gatos pretos (se um deles cruzasse o seu caminho, você tinha que fazer depressa o sinal de “isola” com os dedos na sua direção para não correr o risco da morte quase certa antes do fim do dia) e as rachaduras na calçada. Imagino que não preciso explicar o perigo em potencial do relacionamento dessas rachaduras com a coluna de mães completamente inocentes.

Naquele tempo, minhas principais fontes de fatos maravilhosos e espantosos eram as compilações em livros de capa mole do “Acredite Se Quiser de Ripley!”, publicados pela Pocket Books. Foi no Ripley que descobri que se podia fabricar um explosivo poderoso raspando o celulóide do dorso das cartas de baralho e socando depois a substância num pedaço de cano; que você podia fazer um orifício no seu próprio crânio e depois tapá-lo com uma vela, tornando-se assim uma espécie de tocha noturna humana (só muitos anos mais tarde é que me perguntei por que alguém iria querer fazer algo assim); que havia gigantes de verdade (um homem com bem mais do que dois metros e meio de altura), duendes de verdade (uma mulher com apenas vinte e oito centímetros de altura) e MONSTROS de verdade HORRÍVEIS DEMAIS PARA SEREM DESCRITOS… mas que no Ripley eram todos descritos nos mínimos detalhes e geralmente com um retrato (mesmo que viva cem anos, jamais esquecerei o do sujeito com uma vela enfiada no meio da cabeça raspada). Aquela coleção de livros de capa mole era, pelo menos para mim, o espetáculo mais maravilhoso do mundo, que eu podia carregar no bolso de trás das calças e com ele me enroscar em tardes chuvosas de fim de semana, quando não havia jogos de beisebol e todos estavam cheios de jogar Monopólio. Será que todas as fabulosas curiosidades e os monstros humanos de Ripley existiam mesmo? No contexto atual, isso não chega a ser relevante. Para mim eles existiam e isso provavelmente é relevante: dos meus seis aos onze anos de idade, anos cruciais nos quais se forma a maior parte da imaginação humana, para mim eles eram muito reais. Acreditava neles da mesma maneira que acreditava que se podia descarrilhar um trem com uma moeda de dez centavos ou que a substância melada que havia no centro de uma bola de golfe iria corroer toda sua mão se você não tivesse cuidado e deixasse um pouco cair em você. Foi no “Acredite Se Quiser de Ripley!” que comecei a ver como a linha entre o fabuloso e o corriqueiro podia ser bastante tênue e a entender que a justaposição dos dois contribuía tanto para iluminar os aspectos comuns da vida quanto para iluminar seus ocasionais surtos bizarros. Lembre-se de que estamos aqui falando de crença e que a crença é o berço do mito. Você pode perguntar: e a realidade? Bem, no que me diz respeito, a realidade pode ir para os quintos do inferno. Nunca dei muita bola para a realidade, pelo menos no meu trabalho escrito. Na maioria das vezes, ela está para a imaginação como as estacas de madeira estão para os vampiros.

Acho que mito e imaginação são, de fato, conceitos intercambiáveis e que a crença é a fonte de ambos. Crença em quê? Para dizer a verdade, penso que não tem muita importância. Um deus ou muitos. Ou que uma moeda de dez centavos pode descarrilhar um trem de carga.

Vamos deixar bem clara uma coisa sobre esse tema: essas minhas crenças não tinham nada a ver com a fé. Fui criado como metodista e guardo o bastante dos ensinamentos fundamentalistas recebidos na minha infância para acreditar que uma afirmação desse tipo seria, na melhor das hipóteses, presunçosa e, na pior, completamente blasfema. Eu acreditava em todas aquelas coisas estranhas porque fui feito para acreditar em coisas estranhas. Outros participam de corridas porque foram feitos para correr rápido, jogam basquetebol porque Deus lhes deu dois metros e dez de altura ou resolvem equações longas e complicadas no quadro negro porque foram feitos para ver os lugares em que todos os números se encaixam uns com os outros.

Contudo, a fé aparece em algum lugar, e acho que esse lugar tem a ver com retornar e fazer a mesma coisa repetidamente embora você acredite, bem no fundo do seu coração, que jamais será capaz de fazer melhor do que já fez e que, se insistir, só poderá piorar. Você não tem nada a perder quando tenta pela primeira vez acertar numa piñata, mas tentar uma segunda vez (e terceira e quarta… e trigésima quarta) é expor-se ao fracasso, à depressão e, no caso de autor de contos que trabalha com um gênero bastante bem definido, à paródia de si mesmo. Porém, a maioria de nós de fato persiste e isso fica difícil. Há vinte anos ou mesmo há dez, não teria acreditado nisso, mas é assim. Fica difícil. E para mim há dias em que acho que meu velho processador de textos Wang parou de funcionar movido a eletricidade há cerca de cinco anos e que, desde que escrevi The Dark Half ele tem funcionado movido apenas pela fé. Mas isso está bem, seja lá o que for que faça as palavras aparecerem na tela, certo?

A ideia para cada uma das histórias deste livro me veio num momento de crença e foi escrita num surto de fé, felicidade e otimismo. Entretanto, esses sentimentos positivos têm seus análogos sombrios e o medo do fracasso está longe de ser o pior deles. Para mim, pelo menos, o pior deles é a especulação agoniadora de que eu possa já ter dito tudo que tinha para dizer e que agora estou apenas escutando o matraquear constante da minha própria voz porque o silêncio, quando ela para, é por demais assustador.

O salto de fé necessário para fazer com que os contos aconteçam se tornou particularmente difícil nos últimos anos. Hoje em dia, parece que tudo quer ser um romance e cada romance quer ter quatro mil páginas aproximadamente. Um número razoável de críticos se referiram a isso, geralmente de forma nada favorável. Nas críticas de todos os romances compridos que escrevi, de The Stand2 a Needful Things3, fui acusado de escrever demais. Em alguns casos as críticas são válidas, em outros, são apenas os grunhidos mal-humorados de homens e mulheres que aceitaram a anorexia literária dos últimos trinta anos com uma misteriosa (ao menos para mim) falta de debate e dissensão. Esses sacerdotes autonomeados da Igreja da Literatura Americana do Último Dia parecem olhar a generosidade com desconfiança, a filigrana com desagrado e qualquer traço literário amplo com puro ódio. O resultado é um clima literário árido e estranho, no qual um aparar de unhas sem sentido como o VOx,” de Nicholson Baker, se torna objeto de debate e dissecação siderados e romance americano realmente ambicioso como o Heart of the Country,’ de Greg Matthews, é quase ignorado.

Tudo isso, porém, é sem propósito, não só porque está fora do assunto, mas também porque é um pouco choramingas. Afinal, houve algum dia um escritor que não se sentisse maltratado pelos críticos? Tudo que comecei a dizer, antes de interromper a mim mesmo de maneira tão rude, foi que nos últimos anos tenho tido um pouco mais de dificuldade de lograr o ato de fé que transforma um momento de crença num objeto real, isto é, um conto que as pessoas vão de fato ter vontade de ler.

– Bem, então, não os escreva – poderia dizer alguém (só que geralmente é uma voz que ouço dentro da minha própria cabeça, como as que Jessie Burlingame ouve em Gerald’s Game). Afinal, você agora não precisa do dinheiro que eles produzem como precisava antigamente.

Isso sem dúvida é verdade. Há muito se foram os dias em que o cheque por uma maravilha de quatro mil palavras pagava a penicilina para a infecção de ouvido de uma das crianças ou ajudava a cobrir o aluguel. Mas essa lógica, mais do que espúria, é perigosa. Não chego nem a precisar do dinheiro que os romances produzem. Se fosse apenas pelo dinheiro, poderia pendurar as chuteiras e ir para o chuveiro… ou passar o resto da minha vida em alguma ilha do Caribe, tomando sol e vendo até onde podia deixar crescer as unhas.

Mas, independente do que possam dizer os tablóides ilustrados, não se trata de dinheiro, nem de se vender, como os críticos mais arrogantes na verdade parecem pensar. O que é fundamental continua a ser válido com o passar do tempo e para mim o objetivo não se modificou: o trabalho continua sendo chegar até você, Leitor Fiel, prendê-lo pelos cabelos e, espero, meter-lhe tanto medo que você não conseguirá ir dormir sem deixar acesa a luz do banheiro. Continua sendo uma questão de, primeiro, ver o impossível… e depois traduzi-lo em palavras. Continua sendo fazer com que você acredite no que eu acredito, pelo menos durante algum tempo. Não falo muito nisso, porque fico encabulado e soa pomposo, mas continuo vendo as histórias como uma coisa importante, algo que não só realça as vidas, mas na verdade as salva. Nem estou falando metaforicamente. O que é bem escrito, as boas histórias, são o precursor da imaginação e, creio eu, a finalidade da imaginação é nos proporcionar consolo e proteção em situações e passagens da vida que, de outro modo, seriam insuportáveis. É claro que só posso falar por minha própria experiência, mas, para mim, a imaginação que tantas vezes me manteve acordado de pavor quando criança me fez, como adulto, vencer alguns encontros terríveis de dura realidade alucinante. Se as histórias que resultaram dessa imaginação fizerem o mesmo por algumas das pessoas que as lerem, então fico perfeitamente feliz e perfeitamente satisfeito, sentimentos que, até onde eu sei, não podem ser comprados com negócios polpudos de cinema ou contratos de livros multimilionários. Não obstante, o conto é um gênero literário difícil e desafiador e é por isso que fiquei tão contente, e tão surpreso, ao descobrir que tinha uma quantidade suficiente de contos para publicar uma terceira coletânea. Além do mais, isso veio num momento propício, porque um daqueles fatos sobre quais tinha tanta certeza quando menino (provavelmente também recolhido em Acredite Se Quiser de Ripley!) era o de que as pessoas se renovam a cada sete anos: todos os tecidos, todas as células, todos os músculos substituídos por células inteiramente novas. Estou reunindo Pesadelos e Paisagens Noturnas no verão de 1992, sete anos depois da publicação de Skeleton Crew,7 mínha última coletânea de contos, e Skeleton Crew foi publicada sete anos depois de Night Shift,8 minha primeira coletânea. A coisa melhor é saber que, embora o salto de fé necessário para transformar uma ideia em realidade tenha ficado mais difícil (os músculos para saltar ficam um pouco mais velhos a cada dia. entende?), ainda é perfeitamente possível. A segunda coisa melhor é saber que ainda há alguém que tem vontade de lê-los. Caso você não saiba, é você, Leitor Fiel.

O mais antigo desses contos (se você quiser, minhas versões da gosma mortífera da bola de golfe e dos abortos monstruosos) é “A gente se habitua com ela”, publicado inicialmente numa revista literária da Universidade do Maine chamada Marshroots.. embora tenha sido bastante modificado para este livro, para que pudesse ser melhor o que aparentemente queria ser: um derradeiro olhar para trás, para a cidadezinha condenada de Castle Rock. O mais recente, “As pessoas das dez horas”, foi escrito em três dias frenéticos durante o verão de 1992. Estão aqui algumas autênticas curiosidades: a primeira versão da minha única peça escrita originalmente para televisão; um conto de Sherlock Holmes no qual o dr. Watson se adianta para solucionar um caso; um conto de Cthulhu Mythos que se passa no bairro de Londres onde Peter Straub vivia quando o encontrei pela primeira vez; um conto empedernido de “aventura” do tipo Richard Bachman, e uma versão ligeiramente diferente de um conto chamado “Meu cavalinho bonito”, que primeiro apareceu numa edição limitada feita pelo Whitney Museum, com ilustrações de Barbara Kruger.

Depois de muito pensar, decidi incluir também um trabalho longo, de não-ficção, “Abaixe a cabeça”, que trata de garotos e beisebol. Foi publicado inicialmente na revista The New Yorker, e provavelmente trabalhei mais duro nele do que em qualquer outra coisa que escrevi durante os últimos quinze anos. É claro que isso não faz com que seja bom, mas só sei que escrevê-lo e publicá-lo me deu uma enorme satisfação, e por esse motivo o estou passando adiante.

Na verdade, ele não se encaixa numa coletânea de contos que falam sobretudo de suspense e do sobrenatural… salvo porque de alguma forma ele também fala disso. A sensação táctil é a mesma. Veja se você não concorda.

No que mais me esforcei foi em manter-me longe dos velhos chavões, dos contos de baú e das coisas de fundo de gaveta. Desde mais ou menos 1980 que alguns críticos dizem que eu poderia publicar minha lista de roupas para a lavanderia e venderia cerca de um milhão de exemplares, mas são, na sua maioria, críticos que acham que foi isso que vim fazendo o tempo todo. Evidentemente, as pessoas que lêem minhas obras por prazer pensam de forma diferente e foi pensando sobretudo nelas, e não nos críticos, que fiz este livro. Acho que o resultado é um livro que parece uma caverna de Aladim desigual, que completa uma trilogia da qual Night Shift e Skeleton Crew são os dois, primeiros volumes. Agora todos os contos bons estão reunidos em coletâneas; todos os ruins foram metidos para debaixo do tapete o mais que pude e lá ficarão. (Se vier a surgir uma outra coletânea, ela consistirá inteiramente de contos que ainda não foram escritos ou sequer contemplados (se você preferir, contos em que ainda não acreditei) e calculo que ela aparecerá num ano que comece com 2.

Nesse ínterim, aqui estão esses cerca de vinte contos (alguns dos quais, devo preveni-lo, são muito estranhos). Cada um contém alguma coisa em que acreditei durante algum tempo e sei que algumas dessas coisas – o dedo saindo para fora do ralo, os sapos comedores de gente, os dentes famintos – são um pouco assustadoras, mas acho que estaremos todos bem se formos juntos. Antes, repita comigo o catecismo:

Acredito que uma moeda de dez centavos pode descarrilhar um trem de carga.

Acredito que há crocodilos no sistema de esgotos da cidade de Nova York, para não falar nos ratos do tamanho de pôneis Shetland.

Acredito que se pode arrancar a sombra de alguém com uma estaca de aço de prender barraca.

Acredito que Papai Noel realmente existe e todos aqueles sujeitos com roupa vermelha que vemos no Natal são de fato seus ajudantes.

Acredito que há um mundo invisível que nos cerca por completo.

Acredito que as bolas de golfe estão cheias de gás venenoso e que se você cortar uma ao meio e aspirar o que sair de dentro, morrerá.

Acima de tudo, acredito mesmo em fantasmas, acredito mesmo em fantasmas, acredito mesmo em fantasmas.

Está bem? Pronto? Ótimo. Aqui está minha mão. Agora vamos. Conheço o caminho. Tudo que você precisa fazer é segurar firme… e acreditar.

 

Bangor, Maine 6 de novembro de 1992